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quarta-feira, 17 de março de 2010

CARTA PROPOSTA AOS PARTICIPANTES DO IV EBEM

IV EBEM – S. José do Rio Preto
16 de julho de 2009


A construção de uma sociedade emancipada perpassa também a construção de novos valores. Não estamos apartados dessa sociedade que oprime, explora e aliena, mas temos que fazer a crítica ao cotidiano para a construção da ruptura com essa forma de sociabilidade. Qual o motivo de nossa colocação? Durante este EBEM ocorreu um fato bastante incômodo. Trata-se de uma agressão a uma participante do encontro por parte de outro participante. Uma agressão de caráter machista e com verbalização xenofóbica e homofóbica. O caráter de nossa colocação não é de um denuncismo, mas de levantar a necessidade de fazer sempre uma reflexão crítica ao cotidiano opressor que essa sociabilidade nos impõe.
Afinal, se nos colocamos enquanto marxistas e militantes e almejamos uma sociedade verdadeiramente emancipada, não basta compreender as contradições da sociedade capitalista reproduzidas nas nossas relações cotidianas, mas torna-se urgente agir sobre o solo fértil do presente em busca de intervirmos radicalmente sobre o nosso meio e sobre nós mesmos, sobre os nossos valores, comportamentos e reflexões que não favorecem a emancipação, mas fortalecem o autoritarismo e todo o conjunto de valores próprios de uma cultura conservadora e intolerante, um dos principais pilares da sociabilidade do capital que mercantiliza as relações e torna pessoas objetos, mercadorias.
Assim, propomos que tiremos daqui o seguinte encaminhamento: sairmos deste encontro com o compromisso de desenvolver discussões e reflexões em nossos grupos, espaços de atuação e de militância e nos próximos encontros acerca da temática aqui posta cuja centralidade está nas relações de opressão intensificadas e estruturadas pelo capital. Busquemos o desafio de superarmos a velha dicotomia TEORIA X PRÁTICA, reafirmada no academicismo ainda tão vigente. Nos desafiamos a realizar as críticas necessárias à sociabilidade capitalista não perdendo a perspectiva da práxis revolucionária, compreendendo que tais relações de opressão estão inseridas na dinâmica do capital em sua totalidade.
GEMA - UFPE

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